Steve Jackson começa a divulgar seus planos após o projeto Ogre.
Por Sarah Gabriela
Acredito que a maioria dos board gamers está acompanhando o
projeto de crowdfunding de Ogre, da Steve Jackson Games no Kickstarter. O site
tem se mostrado um grande aliado do hobby, já que o formato obteve grande
receptividade por parte do público e dos designers, muitos dos quais, de outra
forma, não haveriam publicado seus jogos.
A campanha de Ogre já está acontecendo há algum tempo e
chegou à incrível marca de 650 mil dólares arrecadados (e subindo).
Esta semana uma atualização na página do projeto causou
polêmica: Jackson determinou uma nova meta, no valor de 700 mil dólares, que caso seja
atingida, resultará no lançamento do projeto, no mesmo Kickstarter, de uma
re-edição de Car Wars, outro grande sucesso do estúdio.
O que estava sendo discutido, após o estabelecimento da nova
meta, entre os fãs "alvoraçados" no twitter era: Por que vincular o
lançamento de um projeto com outro já em andamento, sendo que ambos conseguem
arrecadar fundos sozinhos?
Muitos se sentiram "enganados" pela nova meta, que não acrescenta nada ao projeto em andamento. Outros correram para divulgar o Ogre, para que a meta seja alcançada e Car Wars seja disponibilizado no site para os Backers poderem fazer a sua "vaquinha".
Muitos se sentiram "enganados" pela nova meta, que não acrescenta nada ao projeto em andamento. Outros correram para divulgar o Ogre, para que a meta seja alcançada e Car Wars seja disponibilizado no site para os Backers poderem fazer a sua "vaquinha".
Mas o meu questionamento vai além disso: O uso do
Kickstarter por Steve Jackson, que possui não apenas reconhecimento como
designer, mas uma empresa fabricante de jogos, é correto?
O uso da plataforma não é proibido para empresas, desde que
elas obedeçam aos seus termos de uso. Mas com essa pergunta eu quero trazer a
tona o lado do designer iniciante, que a ainda não possui nome na indústria,
nenhum jogo lançado e vê no formato Crowd Funding uma chance de ganhar a
simpatia de uma grande editora e de já começar sua possível carreira com o
apoio direto do seu público final. Como esse designer iniciante pode concorrer
com nomes como o de Steve Jackson, relançando jogos já conhecidos do público?
Acredito que se Jackson fizesse um investimento (convenhamos,
bem menor que os US600.000,00 arrecadados até então), lançasse Ogre, disponibilizasse
para os distribuidores e fizesse uma campanha de marketing regular, ele seria
vendido da mesma forma. Por que usar o formato crowd funding?
Eu não acho justo. Apesar de não haver restrição para esse
tipo de iniciativa. Não tenho nada contra a SJG, gosto bastante de muitos dos
seus produtos, mas achei a apelação para o Kickstarter desnecessária. Abriu um
precedente que eu enxergo como negativo para a própria indústria. E se todos os
designers que já possuem alguma relevância se valerem do formato para o
lançamento ou relançamento de seus jogos? Aonde entra o novo? O iniciante?
Quero fomentar o espaço para a discussão, sei que muitas
pessoas irão discordar (já que eu não estou falando de qualquer estúdio, não
é?), mas eu vejo os board games como um hobby de gente esclarecida, aberta a
troca de ideias e principalmente, consciente de que a sua opinião influência na
forma como as próprias empresas tomam suas decisões.
Mas o que acontece com o financiamento coletivo, digo, se as grandes empresas começarem a usar iniciativas como a Kickstarter, as mesmas não teriam algum prejuízo? Ou as lojas que as vendem,não teriam uma queda nas vendas nos jogos ao longo prazo? Por exemplo, a Galápagos está arrecadando um capital para lançar o novo jogo, bom, se eu ajudasse com R$45,00 iria receber o jogo, mas na loja com certeza seria o dobro disso, compensaria muito mais entrar nos projetos de financiamento coletivo.
ResponderExcluirAs empresas não teriam prejuízo, pois o crowdfunding é uma espécie de venda direta ao consumidor. As lojas ficam fora da jogada, mas, geralmente o material impresso com o capital destes projetos acaba produzindo uma tiragem extra para venda em lojas.
ExcluirOs clientes também saem ganhando, pois, além de comprar o jogo mais varato, também é padrão oferecer brindes exclusivos para quem apóia os projetos.