terça-feira, 11 de outubro de 2011

Risk Legacy

A nova versão do jogo da Hasbro vai dar o que falar.
Por Sarah Gabriela
E se as decisões que você tomou em uma partida de Risk hoje influenciassem em cada vez que você jogasse depois? Essa característica única é o foco de Risk Legacy.
Amado por alguns. Odiado por outros. O Risk (e seu derivado brasileiro, o War) tem dividido opiniões há anos, principalmente nas últimas décadas quando os designers europeus reformularam a cara do mercado de jogos de tabuleiros. Nesse novo cenário, o Risk passou a ser associados com os principais defeitos do grande mercado de jogos mundial: falta de inovação, versões que nada acrescentam ao jogo, marketing agressivo em datas como natal e dia das crianças; tudo isso para camuflar a falta de interesse das grandes empresas do ramo em investir em inovação.
Essa versão do wargame mais famoso do mundo tem tudo para mudar isso (ou não).
O jogo tem o formato (revolucionário?) de uma campanha de 15 partidas, onde mudanças permanentes são feitas no tabuleiro, deck de cartas e até no manual. Após as primeiras 15 partidas, Risk Legacy está completamente customizado baseado na história que você e seus amigos estabeleceram, e a partir de então vocês poderão jogar a sua versão única do jogo quantas vezes quiserem.
Mas como, exatamente, se customiza um jogo de tabuleiro?

Olhando o manual, temos alguns exemplos: Antes da primeira rodada começar, os jogadores devem pegar uma folha de adesivos para atribuir poderes especiais para cada exército e permanentemente aumentar o valor de até 12 diferentes espaços no tabuleiro. A caixa inclui 6 envelopes lacrados que só serão abertos caso algumas condições especiais sejam alcançadas, como por exemplo "abra quando o primeiro jogador for eliminado" ou "abra assim que 3 mísseis sejam usados no primeiro combate." Os efeitos inclusos nesses envelopes permanecem um mistério, e existem espaços em branco espalhados por todo o manual aonde o texto adicional é acrescentado. As maiores mudanças de Risk Legacy vem quando um jogador vence o jogo. Após alcançar uma vitória, o jogador escolhe uma ação, destruir uma carta de território, o que faz com que ele fique sem valor algum nas próxima partidas. O jogador vencedor também pode escolher a opção de escolher o nome de um continente ou de cidades (existem vários espaços em branco a serem preenchidos no tabuleiro). Ponha a imaginação para funcionar. Nomear um local dá bônus futuros ao jogador, que também assina o seu próprio nome na lista de vencedores anteriores do jogo. 

O descrito acima é apenas uma introdução ao mundo de variáveis de Risk Legacy. No total, são 15 modificações que um jogador tem direito a fazer ganhando o jogo. Elas despertaram debates acalorados entre jogadores como se escrever no seu tabuleiro e rasgar cartas é uma forma inovadora de fazer os jogadores entrarem no clima da campanha temática ou se é apenas uma forma de vender mais unidades de Risk Legacy. 
Eu acredito que haveriam outras alternativas. Ao invés de grudar adesivos no tabuleiro e rasgar cartas, o jogo poderia vir com marcadores móveis que poderiam ser realocados a cada partida e fichas para anotações das modificações ocorridas na campanha - é claro que eu sei que isso prolongaria o pós-game, justamente pela mobilidade. Os adesivos permanecem fixos, o que não causa esse tipo de preocupação, mas eu conheço alguns jogadores que vão preferir morrer a "pixar" o tabuleiro de um jogo, mesmo que ele tenha sido feito com esse propósito.
E eu espero que os board gamers compreendam que, mesmo depois de jogado 15 vezes, você não perdeu absolutamente nada. Pelo contrário, ganhou uma versão de Risk única e melhor do que qualquer outra jamais feita. Você esteve envolvido no processo. Pense assim: a maioria dos jogos que você tem na sua estante são exatamente a mesma coisa e tem as mesmas regras na primeira, segunda, décima sexta, milésima vez que você jogar. O mesmo não acontece com Risk Legacy, e o que é melhor, por sua interferência.
Em uma última análise, esses argumentos serão testados assim que o título chegar as mesas de jogos e os jogadores tenham experiência suficiente para responder a pergunta: isso é divertido? Estamos ansiosos para descobrir a resposta.
O jogo, que tem como designers Rob Daviau e Chris Dupuis (de Heroscape e outras versões de Risk, por exemplo) e estará disponível em Board Game Stores americanas a partir de novembro deste ano.

2 comentários:

  1. Parece divertido, pena que o mercado de jogos de tabuleiro seja um pouco restrito, pois pelo que vi,há ótimos jogos que poderiam ter uma versão brasileira por aqui...

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    1. Infelizmente sim. A chance de ver um jogo como este em português nos próximos anos é bem baixa.

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